Os primeiros anos não foram fáceis, mas o trabalho duro dos imigrantes nas colônias germânicas deu origem a dezenas de cidades.
Santa Catarina é reconhecida em todo o Brasil como um dos melhores exemplos dos bons frutos gerados pela colonização alemã. Mas nem sempre foi assim. No início do século 19, quando as primeiras famílias de camponeses alemães aqui chegaram, o território não oferecia condições de hospitalidade e o trabalho era árduo. O império brasileiro, que no início propagava um explícito preconceito aos imigrantes, aos poucos foi adotando uma política de incentivo, aliada aos seus interesses imediatos de proteção de fronteiras e ocupação de vazios demográficos. Os primeiros lances da imigração alemã em Santa Catarina aconteceram a partir de 1815, período posterior às guerras napoleônicas e se aceleraram até a Primeira Guerra Mundial.
Ao chegar aqui, no entanto, as famílias alemãs encontravam muito pouco do que tinha sido prometido, além de terras. Depois de uma viagem marítima cansativa, onde muitos pereciam, não encontravam uma infraestrutura mínima, nem liberdade religiosa fora do catolicismo e ainda tinham que enfrentar doenças tropicais desconhecidas e o ataque dos chamados "bugres", os índios locais.
A maioria dos cerca de 250 mil alemães que imigraram para o Brasil teve de superar grandes dificuldades para se estabelecer com suas famílias. Nas primeiras décadas do século 19, Santa Catarina era pouco povoada, ocorrendo um grande vazio demográfico entre o planalto e o litoral. Entre a faixa litorânea e o planalto dos campos de Lages, o vazio demográfico associado à população branca era uma realidade que o Império tinha como meta superar.
Em um primeiro momento, o governo brasileiro tinha interesse em angariar soldados estrangeiros para a formação de postos de defesa de suas fronteiras e para isso buscou alistar na Europa, convulsionada por mudanças econômicas e políticas, homens dispostos a uma nova e definitiva empreitada. Passados os conflitos da Guerra Cisplatina e em torno da independência brasileira, os soldados germânicos, arregimentados na Confederação Alemã, foram entregues aos núcleos coloniais recém-criados.
A partir da década de 1840, a crise na Europa e em particular nos Estados alemães forneceu novo impulso para a imigração ao Brasil. Em 1847 chegaram os mais expressivos grupos de alemães a Santa Catarina, favorecidos pela lei imperial que encaminhava as terras devolutas -- cerca de 9.600 hectares -- para as novas áreas de colonização. Essas terras eram proibidas ao trabalho escravo, destinadas à criação de uma classe rural branca. Em Santa Catarina, esse impulso colonizador foi facilitado pela característica do Estado, avesso ao latifúndio escravagista.
texto extraído do site: http://www.imigracaoalemasc.com.br/
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