Canção de Imigrantes Alemães.
“Chegou o tempo e chegou a hora:
Para a América vamos embora!
Os carros estão à porta,
Com mulher e crianças partimos.
Amigos e parentes, irmãos, queridos entes,
Adeus, adeus, daí-nos a mão,
Partimos para um outro chão!
Não chorem tanto à despedida,
Não mais nos veremos nesta vida!”
Da Europa para o Brasil.
Considerados bons agricultores, os imigrantes alemães eram atraídos pelo governo brasileiro para povoar vazios demográficos com pequenas propriedades rurais.
Baseada na pequena propriedade familiar, a imigração alemã esteve estreitamente vinculada ao sistema de colonização brasileiro, cuja política pautou-se na existência de conflitos nas fronteiras internacionais devido às grandes áreas de terras devolutas consideradas desabitadas, apesar da existência de grupos indígenas e posseiros. A ocupação dessas terras tornou-se a principal meta da política de colonização do império, que alijou os brasileiros desse processo. Por outro lado, o regime da pequena propriedade não interessava aos grandes proprietários paulistas, que queriam imigrantes trabalhadores rurais para substituir o braço escravo.
Nesse contexto, os alemães eram considerados bons agricultores e, portanto, ideais para povoar vazios demográficos no regime da pequena propriedade rural. Os Estados alemães, principalmente a Prússia, devido a seus problemas de ordem interna, eram vistos como países eminentemente potenciais para a emigração. Além disso, o governo imperial acreditava que parte do fluxo imigratório poderia, se tivesse uma política atraente, ser canalizado para o Brasil, em detrimento de outros países. Para isso, o governo brasileiro precisaria pôr em prática uma efetiva política de "atração".
Por intermédio de um edital expedido em 25 de novembro de 1814, Dom João VI convidou os europeus, de uma forma mais contundente, a emigrarem. Quatro anos depois, a carta régia de 6 de maio de 1818 serviu de modelo para cláusulas contratuais que estimulavam a emigração, pois continha concessões substanciais aos imigrantes, tais como: a) passagem livre por mar e por terra no Brasil; b) doação de terreno com casa provisória; c) para cada família de três ou quatro pessoas, um boi de tração ou um cavalo, duas vacas leiteiras, quatro ovelhas, duas cabras, dois porcos, sementes de trigo, arroz, feijão, milho, linho de cânhamo e óleo de rícino para lâmpadas. Eram admitidos somente os imigrantes que professassem o catolicismo romano e trouxessem consigo um médico, farmacêutico e de dois a quatro religiosos. O governo se comprometia a construir e equipar uma capela.
Estimulando ainda mais a emigração, mediante a instrução de 16 de março de 1820, o governo achou por bem estabelecer colônias no reino do Brasil, concedendo terras, por doação, aos imigrantes. A cada família cabia 160 mil braças quadradas (75 hectares), além de um terreno para a comunidade e área para implantação de uma cidade. Havia normas gerais a serem adotadas sempre que um empreiteiro fundasse uma colônia: os colonos ficavam isentos de impostos durante dez anos, mas estavam obrigados -- a exemplo dos demais súditos portugueses -- a pagar o quinto do ouro eventualmente descoberto, além de taxas sobre mercadorias comerciáveis. Caso retornassem à terra natal antes de decorridos dez anos de permanência no Brasil, perderiam o direito ao terreno doado. Uma vez estabelecidos na Colônia, prometia o governo, passavam a ser considerados súditos do rei - o que lhes conferia a nacionalidade portuguesa - e a ter os mesmos direitos e prerrogativas conferidos aos portugueses. Cada distrito colonial seria administrado por um diretor nomeado pelo rei, até que sua população aumentasse ao ponto de organizar uma pequena cidade, com autoridades administrativas e judiciárias independentes, conforme o direito português.
Durante o decênio administrativo de 1821 a 1831, sob a responsabilidade do imperador D. Pedro I, a política imigratória do governo brasileiro pouco conseguiu estimular a vinda de agricultores e artesãos europeus. Por razões militares e estratégicas, após a independência do Brasil, o governo imperial estimulou o recrutamento, quer nas áreas de língua alemã da Europa Central, quer na Inglaterra e na Irlanda, de soldados e marinheiros mercenários, destinados à formação dos incipientes exércitos e marinha brasileiros. E nisso, os seus agentes e funcionários se tornaram culpados dos maiores abusos. Sob falsas promessas, encobriam as cláusulas dos contratos pouco claras e elásticas. Assim, a primeira Legião Estrangeira (alemã), instalada no Rio de Janeiro, teve vida efêmera.
texto extraído do site:http://www.imigracaoalemasc.com.br/
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